domingo, 29 de setembro de 2013

A filosofia é uma atividade crítica


A filosofia é uma atividade crítica porque consiste em procurar boas razões (ou seja, bons argumentos) para aceitar ou recusar ideias sobre os problemas.
Mas ser crítico não é «dizer mal». Ser crítico é avaliar cuidadosamente todas as ideias (sejam nossas, dos nossos colegas ou de filósofos famosos) para tentar saber se são verdadeiras (ou, pelo menos, plausíveis). Para isso, temos de estudar essas ideias com imparcialidade.
n  Ser crítico é analisar cuidadosa e imparcialmente as ideias para procurar determinar se são verdadeiras ou falsas.
Ser crítico também não é ser extravagante. […] Ser crítico não é dizer «não» só para marcar a diferença. Ser crítico é dizer «sim», «não», ou até «talvez», mas só depois de pensar por si e com base em bons argumentos.
A atitude filosófica opõe-se à atitude dogmática.
n  Ser dogmático é recusar-se a analisar cuidadosa e imparcialmente as ideias, declarando-as verdadeiras ou falsas sem boas razões para isso.        
Uma pessoa dogmática recusa-se a avaliar criticamente as suas ideias preferidas; ou finge que o faz mas só aceita argumentos a seu favor ou contra as posições de que gosta.
A filosofia opõe-se ao dogmatismo. É uma atividade crítica e por isso dialogante; consiste em discutir ideias. […] Em filosofia discutimos criticamente para chegar à verdade das coisas, independentemente de saber quem «ganha» a discussão. […]
Porque a filosofia é uma atividade crítica, fazer filosofia implica avaliar cuidadosamente os nossos preconceitos mais básicos. Isto faz da filosofia uma atividade um pouco melindrosa. Em geral, temos tendência para nos agarrarmos acriticamente aos nossos preconceitos, porque organizam a maneira como vemos o mundo e a vida, dando‑nos uma certa sensação de segurança. A filosofia, pelo contrário exige abertura de espírito e disponibilidade para pensar livremente, pondo muitas vezes em causa os nossos preconceitos mais queridos. Mas o que é um preconceito?
n  Um preconceito é uma ideia que tomamos como verdadeira sem razões para tal.
[…] O que faz de uma ideia um preconceito não é a sua falsidade, mas sim o facto de nunca termos pensado criticamente nas razões a favor e contra essa ideia.

Questões:
  1.  Por que razão é a filosofia uma atividade crítica?
  2. O que é o dogmatismo? Explique e dê exemplos.
  3. O que é um preconceito? Dê alguns exemplos, explicando por que razão são preconceitos.
  4. Diga se as seguintes afirmações são verdadeiras ou falsas e justifique a sua resposta:

a) Todos os preconceitos são ideias falsas.
b) Alguns preconceitos são ideias falsas.
c) Ser crítico é dizer mal dos outros.
d) A filosofia opõe-se ao dogmatismo.


Almeida, A., Teixeira, C., Murcho, D., Mateus, P. e Galvão, P. (2007). A Arte de Pensar – Filosofia 10º ano. Lisboa: Didáctica Editora, pp. 23 e 24.