domingo, 10 de dezembro de 2017

Retórica

No século XXI, a literacia da exposição oral deveria ser ensi­nada em todas as escolas. Com efeito, antes da era dos livros, era considerada uma parte verdadeiramente crucial da educação, embora sob um nome antiquado: retórica. Hoje em dia, na era em que todos estão ligados, deveríamos ressuscitar essa arte nobre e transformá-la no quarto R da educação: leituRa, escRita, aRitmé­tica e Retórica.

O significado nuclear da palavra é, apenas, «a arte de falar com eficácia» e, fundamentalmente, esse é o objetivo deste livro, reformular a retórica para os tempos modernos, proporcionar trampolins úteis para uma nova literacia da apresentação oral.

Anderson, Chris (2016). TED talks – O guia oficial TED para falar em público. Lisboa: Temas e Debates – Círculo de Leitores, p. XV.

O grande alcance da razão

Aquilo que a razão tem de especial é ser capaz de chegar a uma conclusão com um nível de certeza diferente do de qualquer outro instrumento mental. Numa discussão lógica, desde que os pressupostos de partida sejam verdadeiros, então as conclusões argumentadas validamente também devem ser verdadeiras e pode saber-se que são verdadeiras. Se conseguir levar, convincentemente, alguém através de uma discussão lógica, a ideia que colocou na mente dessa pessoa instalar-se-á nela e nunca a deixará.
Mas para que o processo funcione, tem de ser fragmentado em pequenos passos e cada um deles tem de ser totalmente convincente. O ponto de partida de cada passo é algo que o público pode ver claramente que é verdadeiro ou algo que, num momento anterior da palestra, se provou ser verdadeiro. Assim, o mecanismo nuclear, neste caso, é se-então: se X é verdadeiro, então, é claro, segue-se Y (porque todo o X implica um Y).

Anderson, Chris (2016). TED talks – O guia oficial TED para falar em público. Lisboa: Temas e Debates – Círculo de Leitores, p. 97.